Contar a experiência sobre como foi o YCCP pode ser frustrante – entenda o motivo

*Por Marcos Henrique

Para um ex-participante do YCCP, chega a ser frustrante ter que relatar suas experiências do treinamento e da viagem. Leia até o final para entender. São tantas histórias, situações e momentos de aprendizado que tudo vira uma grande confusão e você basicamente fica perdido. É algo tão pessoal que você precisa que outras pessoas sintam tudo aquilo. Não é só escutar… É experienciar.

Percebo que para cada pessoa que conheço que já participou do programa, o YCCP representa algo especial. Pra mim, representa desenvolvimento pessoal. Como candidato, em 2014/2015, eu pensei em desistir várias vezes. Ter que trabalhar todos os dias e participar do programa nos fins de semana foi muito difícil e me fazia refletir se realmente valeria a pena. Para quem já foi muito tímido na adolescência, trabalhar com atividades recreativas e ter que cantar (em inglês) na frente de mais de 100 pessoas era como lutar contra um animal gigante. Ter criatividade e disposição toda semana também era um grande obstáculo e, com o tempo, só piorou.

Mas quando pensei se tudo realmente valeria a pena, percebi que minha dedicação me rendeu elogios e momentos de superação. Fiz amizades incríveis e aprendi a trabalhar em grupo. Com o tempo, falar em público, errar na hora de falar em inglês ou me fantasiar parecia normal e divertido. Tudo o que estava sendo trabalhado no programa eu estava levando para o meu dia-a-dia e meu trabalho. Quando eu estava lá, todos os problemas e dificuldades pareciam longe, quase inalcançáveis.

Daí chega o resultado. Amigos que achavam que não passariam, choram de emoção ao descobrir que em menos de três meses estarão realizando o sonho de conhecer os Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que você chora de felicidade, também já começa a pensar nos preparatórios da viagem e como vai ser pra arrumar uma mala gigantesca e se acostumar a uma nova cultura.

A viagem chega e, no acampamento, você se encontra no ambiente de trabalho mais puro e agradável possível. Lá, você é colocado no seu limite o tempo todo: nova cultura, idioma diferente, crianças, animais, atividades físicas e uma temperatura chamejante, mas é tudo lindo. Só essa palavra consegue descrever. Os momentos ruins são apagados da memória em menos de 24 horas, mas os momentos bons ficam pra sempre.

Quando voltei de viagem em 2015, voltei muito feliz. Quando voltei de novo, em 2016, voltei ainda mais feliz e impressionado com o quão diferente ambas as experiências foram. Ao me encontrar com amigos que também viajaram, me deparo com experiências tão incríveis quanto as minhas. E foi assim, escutando as histórias de meus amigos e tentando contar as minhas que percebi a frustração de relatar tudo o que aconteceu. Não quero só compartilhar, quero que todos tenham a oportunidade de fazer algo único. Vivenciar algo único e sentir aquela euforia única sempre que alguém pergunta: Você acha que eu deveria tentar o YCCP?

*Marcos Henrique de Souza é Counselor da Globe Trotter no YCCP 2017 e viajou em 2015 e 2016 pelo Camp Counselor Program para a Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Ele também é professor de inglês e um apaixonado por idiomas. Contato: markos.kiko@hotmail.com 

Blog #GenteQueViaja – Produção e Edição: Milson Veloso – Jornalista, especialista em Comunicação Digital, Mestrando em Interações Midiáticas e viajante

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